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Buscas em massa das Testemunhas de Jeová em Vologda. Um foi encaminhado para um centro de detenção provisória, outro foi colocado em prisão domiciliar
Região de VologdaNa madrugada de 19 de dezembro de 2019, em Vologda, as forças de segurança invadiram várias casas de Testemunhas de Jeová. Em 21 de dezembro, o tribunal enviou Nikolai Stepanov, de 45 anos, que tem esposa e filho, para o centro de detenção preventiva. Yuri Baranov, de 67 anos, foi colocado em prisão domiciliar pela Justiça, já que sua mãe precisa de cuidados diários.
Os fiéis dizem que, em alguns casos, grupos de agentes de segurança eram compostos por 4 combatentes da SOBR, um especialista técnico, um investigador e testemunhas. Durante as buscas, foram apreendidos aparelhos eletrônicos. Após horas de buscas, os fiéis, incluindo mulheres e crianças menores, foram detidos para interrogatórios que duraram até as 20h. Pelo menos 6 buscas em casas de fiéis ocorreram na cidade ao mesmo tempo.
Sabe-se que foi instaurado um processo criminal ao abrigo do artigo 282.º, n.º 2, n.º 1, do Código Penal da Federação Russa. Os crentes são suspeitos não apenas de adorar a Deus juntos, mas de supostamente retomar as atividades da organização religiosa local das Testemunhas de Jeová "Vologda". O caso está sendo investigado pelo primeiro departamento de investigação de casos especialmente importantes (crimes contra a pessoa e segurança pública) do Departamento de Investigação do Comitê de Investigação da Federação Russa para a Região de Vologda. Entre os que realizaram buscas ou interrogatórios estavam o investigador N.A. Shilov, o investigador Denis Kamensky e o detetive do Centro de Combate ao Extremismo Viktor Povzderin.
É óbvio que este caso criminal, bem como centenas de outros casos em mais de 50 regiões da Rússia, são uma consequência direta da decisão do Supremo Tribunal da Federação Russa de liquidar e proibir as atividades de todas as organizações das Testemunhas de Jeová na Rússia. Os agentes da lei interpretam inadequadamente a confissão conjunta de religião como participação em atividades extremistas, o que contradiz o artigo 28 da Constituição da Federação Russa, que garante a liberdade de religião para todos.